Dadas as características únicas das Berlengas, nomeadamente a geografia e o clima, conduziram à especiação de três endemismos florísticos. Assim, destacam-se, pelo enorme valor conservacionista, as espécies endémicas Armeria berlengensis, Herniaria lusitanica subsp. Berlengiana e Pulicaria microcephala. É reconhecido que a flora marinha do arquipélago das Berlengas tem elevado interesse biológico. Observações recentes indicam que existem nas Berlengas numerosas espécies descritas pela primeira vez para a Península Ibérica, nomeadamente de espécies que só se encontram referenciadas para o Mediterrâneo.
Nas Berlengas estão referenciadas 76 espécies de peixes, fazendo parte deste grupo pequenos pelágicos como sardinha, sarda, cavala e carapau, que são as espécies mais importantes capturadas pela arte de cerco da frota pesqueira de Peniche. É de referir também a existência, do congro, e de algumas espécies de raias, que merecem destaque pois são também outros recursos pesqueiros desembarcados localmente. A família mais numerosa em termos de espécies engloba os Esparídeos, com 11 espécies. Fazem parte deste grupo, espécies comercialmente importantes como sargos, pargos e a dourada, entre outros. Em termos emblemáticos, é de referir a ocorrência nas Berlengas do mero Epinephelus marginatus.
A importância das Berlengas enquanto ecossistema insular, o valor biológico da área marinha envolvente, o elevado interesse botânico, o seu papel enquanto habitat de nidificação e local de passagem migratória de avifauna marinha e a presença de interessante património arqueológico subaquático contribuíram para que em Setembro de 1981 o arquipélago fosse classificado como Reserva Natural.
Sara Mendes
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